Graças ao desenvolvimento da terapia celular, com
as células-tronco, será possível, nas próximas décadas, restaurar células
nervosas, ajudar na regeneração de órgãos como o fígado e o coração, e até
chegar à cura do diabetes tipo 1 e de doenças
degenerativas como a de Alzheimer.
Encontradas em todo o corpo, mas em
maior quantidade na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, as
células-tronco, também chamadas células progenitoras, são multiuso: após um
processo de diferenciação, elas podem dar origem a outros tipos de células: um
neurônio, uma célula muscular ou do tecido ósseo.
E por que isso é importante? Porque
quando for possível controlar o mecanismo da diferenciação celular, será
possível produzir, a partir de células-tronco, a maioria dos tipos de células
que constituem o corpo humano e, assim, por meio de injeções dessas células,
restaurar órgãos lesados.
Testes com ratos e
camundongos submetidos a lesões cardíacas, feitos em diversos países,
demonstraram que células-tronco da medula óssea e do cordão umbilical injetadas
na corrente sanguínea desses animais migravam para o coração, originando novos
vasos sanguíneos e tecido muscular. Uma das principais vantagens dessa terapia
é a possibilidade de substituir cirurgias de revascularização e transplantes
cardíacos.
Primeiros resultados
Atualmente,
no tratamento da leucemia já são usadas células-tronco de cordão
umbilical para regenerar a produção de células do sangue na medula óssea do
paciente que é afetada pela quimioterapia. É uma alternativa de tratamento para
quem não tem doador de medula óssea compatível na família.
Também estão avançadas as pesquisas com células-tronco para regenerar o
músculo cardíaco de pacientes que sofreram infarto. E o Hospital Israelita
Albert Einstein (HIAE) é uma das poucas instituições de saúde brasileiras
que realizam essa modalidade de pesquisa e tratamento na área de cardiologia.
Através de um cateter, são injetadas células-tronco, retiradas do
próprio paciente, no local adjacente à região do músculo do coração afetada
pelo infarto.
O objetivo é estimular a proliferação de novas células em substituição
àquelas que morreram. “Se os resultados forem o que esperamos, a mortalidade
por problemas cardíacos deverá ser reduzida e a qualidade de vida melhorada”,
acredita o dr. Alexandre Holthausen Campos, cardiologista e coordenador da
pesquisa Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP).
Pesquisas e perspectivas
Todos os dias novos
estudos e trabalhos sobre células-tronco são publicados em todo o mundo. As perspectivas
de uma medicina regenerativa são enormes, mas para chegar a tratamentos
significativos ainda há muito que se investir em pesquisa.
O Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (IIEP) também está
envolvido no desenvolvimento de estudos sobre as células-tronco, com o desafio
de descobrir como se dá a diferenciação das células-tronco em células
específicas de músculos ou vasos.
O que se sabe, por
enquanto, é que, durante seu desenvolvimento, a célula recebe uma série de
sinalizações - por meio de um mecanismo complexo - que define suas
características finais. Para descobrir esse processo de diferenciação, será
necessário trabalhar pelos próximos três anos.
Desvendar como a
célula-tronco se transforma numa célula muscular, num neurônio ou em vaso sanguíneo,
contribuirá muito para as terapias de recuperação do músculo cardíaco e,
futuramente, para a regeneração de outros órgãos.
FONTE:http://www.einstein.br/einstein-saude/tecnologia-e-inovacao/Paginas/celulas-tronco-a-nova-esperanca-de-cura.aspx
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