Investigadores do Hospital Henry Ford, nos EUA, desenvolveram uma terapia pioneira que utiliza microvesículas geradas a partir de células-tronco da medula óssea para tratar o cancro do cérebro, avança o portal Isaúde.
O estudo revela que a introdução de material genético produzido pelas
células-tronco reduziu uma forma particularmente resistente de tumor maligno no
cérebro de ratos de laboratório.
"Esta é a primeira incursão de seu tipo na terapia experimental do
cancro e representa um tratamento altamente inovador e potencialmente
eficaz", afirma o investigador Michael Chopp.
A pesquisa foi publicada na revista Cancer Letters.
"Eu acredito que esta é uma abordagem importante e muito nova para
o tratamento de cancro, e, neste caso específico, o tratamento do glioma. Nós
temos estado na vanguarda do desenvolvimento de microRNAs como um meio para
tratar a doença, como o cancro e lesão neurológica. Este estudo mostra que ele
é eficaz no cérebro vivo, e pode prestar-se à terapia anticancro personalizada
para o paciente individual", observa Chopp.
Chopp e os seus colegas focaram os seus esforços no glioma, de longe o
tipo mais comum de tumor cerebral maligno e com um prognóstico deficiente,
nomeadamente para a sobrevivência.
As células tumorais foram implantadas cirurgicamente no cérebro dos
ratos de laboratório machos anestesiados e deixadas em crescimento durante
cinco dias.
Os tumores foram então injectados com exossomos contendo moléculas de um
microRNA chamado miR-146b.
Exossomos são "bolhas lipídicas" microscópicas que transportam
e livram-se de velhas proteínas que não são mais necessárias ao organismo.
Depois de os investigadores descobriram que elas também carregam RNA, novos
campos de estudo foram abertos.
No estudo em ratos, Chopp e os seus colegas usaram células da medula
óssea para produzir exossomos contendo o miR-146b que foram injectados nos
tumores cancerígenos.
Cinco dias após este tratamento, os ratos foram mortos e os cérebros
foram removidos, preparados para o estudo e examinados. O tamanho do tumor foi
medido utilizando software de computador.
"Verificou-se que uma injecção de exossomos contendo miR-146b cinco
dias após a implantação do tumor levou a uma redução significativa no volume do
tumor, 10 dias após o implante. Os nossos dados sugerem que o miR-146b provoca
um efeito antitumoral no cérebro do rato e que
as células-tronco podem ser usadas como uma "fábrica" para
gerar exossomos geneticamente alterados para conter o miR-146b para tratar
eficazmente o tumor", conclui Chopp
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